Uma coisa é certa: a pandemia afetou a forma como as pessoas, especialmente os jovens, buscam e se mantêm nos empregos. Se antes bastava um bom salário para o colaborador almejar uma carreira longa e feliz em uma empresa, agora isso não é suficiente para a retenção de talentos.

Jornada flexível, trabalho híbrido ou remoto, horário flexível, além da possibilidade de manter o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional são alguns dos tipos de benefícios para funcionários mais desejados atualmente no mercado de trabalho, de acordo com o estudo feito pela consultoria Robert Half, em agosto de 2022. O levantamento revelou que 39% dos brasileiros trocariam de emprego para trabalhar remotamente.

É claro que o salário continua sendo um fator de atração importante, mas critérios como ter um ambiente saudável e uma preocupação genuína por parte da empresa com a saúde mental do colaborador são diferenciais cada vez mais levados em conta na retenção de talentos. É verdade que ainda existem empresas que não consideram isso, mas o número é cada vez menor.

Por isso, é tão importante que os gestores de RH fiquem atentos na hora de montar um bom pacote de benefícios para funcionários na empresa e, consequentemente, fazer frente à concorrência do mercado. Confira neste conteúdo:

Sumário:

• Como os benefícios corporativos ajudam na retenção de talentos?
• Quais os principais benefícios para funcionários?
• Como o RH define a política de atração e retenção de talentos?
• Conheça as vantagens da retenção de talentos e valorização profissional

Como os benefícios corporativos ajudam na retenção de talentos?

Atualmente, apenas um bom salário não é motivo suficiente para reter talentos. Prova disso é outro levantamento, desta vez, feito pela consultoria americana McKinsey, no fim de 2021. O estudo revelou que um número recorde de empregados pensa em se demitir de suas funções.

Uma das razões para isso seria a incapacidade que algumas empresas têm de entenderem o motivo que os deixa insatisfeitos e também afasta os jovens. Para tentar driblar a situação, muitos gestores investiram em benefícios corporativos temporários, o que se mostrou insuficiente na retenção dos profissionais.

Então, quais benefícios corporativos realmente ajudam na retenção de talentos? Primeiro, é importante esclarecer que há os obrigatórios, determinados por lei (vale-transporte, FGTS, 13 salário e férias), e os opcionais, que representam o diferencial da empresa e aumentam tanto seu potencial competitivo como a capacidade de atrair talentos, a exemplo de participação sobre os lucros e vale-cultura.

Quais os principais benefícios para funcionários?

Como vimos, existem os benefícios corporativos obrigatórios, que são estabelecidos por lei e são comuns a várias empresas, e existem os opcionais, que são oferecidos na retenção de talentos.

Os opcionais, que variam conforme o tamanho da companhia e são os que, efetivamente, ajudam na retenção de talentos, são:

• Vale-alimentação e vale-refeição: são benefícios oferecidos pelas empresas. O primeiro é destinado a compras em supermercados, hortifrutis, quitandas etc. Já o segundo é destinado às refeições diárias, especialmente o almoço.
  
• Plano de saúde e odontológico: pode ser pago integralmente pela empresa ou seguir o modelo de coparticipação (o colaborador paga um percentual pelo uso);
  
• Participação sobre os lucros: é uma forma interessante de estimular os colaboradores a cumprirem metas para ganhar um percentual sobre o salário que, dependendo do resultado da empresa, pode chegar a 100% desse valor;
  
• Desconto academia e/ou ginástica laboral: muitas empresas oferecem descontos em academias ou ginástica em suas unidades para os colaboradores se exercitarem. No caso da laboral, a ideia é evitar problemas com movimentos repetitivos e estimular o colaborador a fazer as pausas regulares durante o expediente de trabalho, indicadas pelos profissionais de saúde; 
  
• Vale-cultura e/ou combustível: é importante para estimular idas ao cinema, teatro, leitura de livros, revistas e consumo de informação e arte. O combustível é para suprir o valor gasto com deslocamento em visitas aos clientes;
  
• Carro da empresa: dependendo do cargo ocupado, especialmente a partir do nível de gerência, é comum usar o carro da empresa para deslocamento, muitas vezes, até com motorista.

Como o RH define a política de atração e retenção de talentos?

Embora sejam benefícios que realmente atraem os candidatos, um gestor de RH precisa ficar atento ao mercado e às tendências que vão definir a política de atração e retenção de talentos. Uma dessas tendências, quando se fala em benefícios corporativos, é o modelo de trabalho.

Especialistas revelam que a preocupação com o modelo de trabalho (presencial, híbrido ou remoto) cresceu com a reabertura dos escritórios, no pós-pandemia, e afeta a retenção de talentos.

O guia salarial deste ano, da Robert Half, confirma que 43% dos candidatos estão mais interessados no modelo de trabalho (essa costuma ser uma das primeiras perguntas da entrevista), seguido pelo salário (32%), benefícios (12%) e reputação da empresa (14%).

Isso ocorre por uma série de razões, como o fato de muitos colaboradores terem saído dos grandes centros na pandemia, terem gostado de passar mais tempo com a família ou por terem descoberto que muitas funções podem ser realizadas à distância, sem prejuízo do trabalho.

Entre os executivos, 77% acreditam que a flexibilidade no trabalho é uma boa ferramenta para a atração e retenção de talentos. O objetivo do RH será sempre criar um clima organizacional saudável, capaz de estimular o engajamento dos colaboradores e equipes.

Conheça as vantagens da retenção de talentos e valorização profissional

Entre as principais vantagens da retenção de talentos estão:

• A criação de um bom ambiente de trabalho, que também seja mais colaborativo na empresa;
• Mais engajamento e produtividade das equipes;
• Menos faltas por conta de problemas, como ansiedade em decorrência da pressão no trabalho.

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