Uma coisa que ficou muito clara neste período de isolamento social que estamos vivendo é a importância do contato e do apoio do núcleo familiar, mesmo que de maneira não presencial, para o bem-estar psicológico de todos nós.
Saber que temos com quem contar para dividir nossos momentos, sejam eles bons ou não tão agradáveis assim, é fundamental em situações como a que estamos vivendo. “Nesses tempos que todos estamos recolhidos e vivendo nessa dimensão de pandemia, em que temos muitas dúvidas em relação ao futuro, mais do que nunca o núcleo familiar se torna uma base importante para que possamos suportar tudo isso que estamos passando”, constata o psicólogo Felipe Loberto, de seu consultório na Vila Mariana, em São Paulo.
“Mesmo em períodos de isolamento como o que estamos vivendo, as demonstrações de cuidado se transformam, mas não deixam de existir. Um simples telefonema para saber como a pessoa querida passou o dia já é uma demonstração de afeto que conforta o ser humano”, explica o psicólogo. “Especialmente em períodos complicados como estes, contar com o apoio das pessoas queridas é fundamental para mantermos nosso equilíbrio psicológico”, conclui.
“É no núcleo familiar, tenha ele o formato que tiver, que desenvolvemos os nossos vínculos, é nosso primeiro núcleo de pertencimento, onde o mundo é apresentado pra nós e onde construímos nossos valores, nossa personalidade e nosso caráter”, afirma Loberto. “A falta deste lugar de apoio, em que nos sentimos acolhidos e amados, faz com que o mundo pareça um lugar ainda mais duro, menos amigável”.
Família é quem ama e quem cuida
O formato das famílias se modificou intensamente ao longo das últimas décadas no Brasil. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad), desde o ano de 2005 que o perfil composto unicamente por pai, mãe e filhos deixou de ser maioria nos domicílios brasileiros.
Famílias chefiadas por mulheres, pais separados que dividem a guarda dos filhos, adultos solteiros ou união de pessoas do mesmo sexo já são, se somados, maioria dos lares no Brasil há bastante tempo.
Mas a mudança de formatos não representa mudança na importância do núcleo familiar para o sentimento de pertencimento e o bom desenvolvimento afetivo das pessoas.
“Sabemos que todo apoio familiar, seja qual for a estrutura que esta família se apresente para a sociedade, é válido. O importante é entendermos o valor daquele que ama, daquele que cuida”, finaliza o psicólogo.
Contar com o apoio familiar faz toda a diferença no nosso bem-estar, em todas as etapas da nossa vida, em todas as circunstâncias. Lembrar de apoiar os demais membros que estão ao nosso redor, dedicando um tempinho diário para cuidar e demonstrar afetos pelos nossos alimenta este ciclo tão saudável e fundamental em nossas vidas.