Com o apoio da VR, jovens de São Paulo terão a oportunidade de aprender técnicas artesanais com mestres de suas comunidades, valorizando a história e os costumes locais.

A VR acredita na importância de valorizar e preservar os saberes e habilidades tradicionais, que além de manter viva a cultura de uma localidade, impulsiona seu desenvolvimento, fortalecendo sua identidade e mantendo seu legado.

Como parte dessa visão, a VR patrocina o projeto Mestres do Futuro, uma iniciativa que se dedica a conectar gerações e promover o intercâmbio de técnicas e práticas artesanais em comunidades.

Mestres do Futuro: Transmitindo Tradições e Criando Oportunidades

O projeto Mestres do Futuro foi idealizado para impulsionar a transmissão de conhecimentos e a geração de renda por meio de oficinas de atividades artesanais tradicionais. A iniciativa envolve mestres experientes que ensinam suas técnicas aos jovens das mesmas comunidades.

Ao aprender e executar essas técnicas, os jovens fortalecem a relação com sua história e cultura e ajudam a preservar o saber popular, garantindo que ele seja transmitido para as próximas gerações.

O projeto valoriza o mestre e seu trabalho, a identidade cultural local, a comunidade e a cultura popular, respeitando sua diversidade.

Histórico e Expansão do Projeto

O Mestres do Futuro já teve duas edições, a primeira em 14 cidades do interior do Pará e do Maranhão, e sua segunda, intitulada Mestres do Futuro – Estrada Real, envolvendo 10 cidades do interior de Minas Gerais.

Agora o projeto chega a São Paulo, buscando manter viva a tradição local e ampliar o alcance de sua missão.

Edição Atual em São Paulo: Oficinas e Mestres Selecionados

Nesta edição, o projeto começou com uma pesquisa nas comunidades para encontrar os mestres e mestras que conduzirão as oficinas. Os selecionados foram:

• Sapopemba: Mestra Denna Souza – Oficina de Tranças
  Ensina técnicas de tranças e sua aplicação em diferentes penteados, discutindo temas como identidade, preconceito e memória.
  
• Cidade Tiradentes: Nancy Teixeira – Oficina de Tecelagem
  Apresenta técnicas de tecelagem em diversos teares, ensinando os jovens a construírem suas próprias ferramentas.
  
• Rio Pequeno: Mestre Makoto Fukuzawa – Oficina de Cerâmica
  Demonstra como produzir peças de cerâmica a baixo custo, incluindo a produção das próprias ferramentas.
  
• Brasilândia: Mestra Sandra Monteiro – Oficina de Abayomi e Brinquedos Antigos
  Produção manual de bonecas abayomi e brinquedos antigos com materiais reutilizáveis, como retalhos de tecidos e cordas.

Próximos Passos e Envolvimento da Comunidade

No momento, estão sendo feitas parcerias para a realização das oficinas em espaços adequados. Em outubro, serão abertas as inscrições para selecionar os aprendizes em cada comunidade. As oficinas acontecerão entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, culminando em uma exposição com as obras realizadas, que circulará pelas comunidades atendidas e pela área central de São Paulo.

A Voz da Produtora Cultural: A Origem e Importância do Projeto

Confira a entrevista de Sonia Kavantan, produtora cultural e proponente do projeto:

Qual foi a necessidade que provocou a origem do projeto Mestres do Futuro?

“Viajando pelo Brasil, conhecemos artistas populares que não tinham reconhecimento nem mesmo em suas regiões. Percebemos que, com nossa experiência em produção cultural e a possibilidade de obter patrocínios, poderíamos colaborar no reconhecimento desses mestres e gerar oportunidades para transmitir seus conhecimentos. Não queríamos apenas documentar, mas sim deixar essas manifestações vivas através da prática por novas gerações.”

Pode contar para nós um momento que você considera marcante de uma das edições anteriores?

” Temos inúmeros momentos marcantes. Um deles aconteceu na primeira edição do projeto, no Maranhão, quando a mestra Marlúcia, artesã de objetos confeccionados com cipó, contou que só passou a vender suas peças na cidade depois que o projeto a escolheu como mestra. Antes, vendia para um comerciante por um valor irrisório. Com os valores que recebeu durante o projeto, seja com a remuneração pelo seu trabalho como mestra, seja pela venda de seus artesanatos por preços justos para os moradores da cidade, conseguiu comprar uma pequena casa.”

A base do projeto é sobre a preservação da cultura artesanal mais tradicional, na sua visão, qual é a importância de preservar essas práticas artesanais enquanto sociedade?

“Num mundo todo globalizado, é fundamental que os jovens possam conhecer e preservar as raízes das suas famílias e comunidades para poderem se reconhecer, aumentar a autoestima individual e do grupo. Dessa forma, podemos combater o sentimento de exclusão, de inferioridade, de não reconhecimento, e caminhar no global ressaltando e valorizando as diferenças.”

Uma das últimas etapas do projeto é uma exposição, certo? Ela está prevista para acontecer no início do ano que vem… para dar um gostinho de quero mais, o que podemos esperar dessas exposições? Elas serão abertas ao público?

“Sim, elas estarão abertas ao público e com acesso gratuito.  A exposição apresentará uma ou mais obras de cada Mestre, fotos e registros videográficos das oficinas, obras dos aprendizes, e a venda das obras dos aprendizes, feita diretamente por eles para os interessados.

Queremos que o público não só conheça e valorize as obras e participantes do projeto, mas que possam entender também o que aconteceu em cada oficina.”

Compromisso da VR com a Cultura e as Futuras Gerações

Ao investir na preservação e transmissão de práticas artesanais tradicionais, a VR contribui para manter esse conhecimento popular vivo, reconhecendo e valorizando mestres e mestras que são guardiões dessas técnicas e podem deixar essa rica herança cultural aos mais jovens.

Essa iniciativa dialoga diretamente com o propósito da VR de gerar um impacto positivo e duradouro na sociedade, fortalecendo laços culturais e deixando um legado para as futuras gerações.

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