As doenças ocupacionais afetam a qualidade de vida do trabalhador, ao passo que comprometem o desenvolvimento do negócio.
Quando agravadas, podem causar afastamentos, obrigando as empresas a mudarem completamente sua estrutura para preencher a ausência do trabalhador afetado.
É importante salientar que a doença ocupacional é diferente da doença do trabalho que se desenvolve pelas condições do ambiente. De acordo com a Lei nº 8213/91, a doença ocupacional é decorrente das atividades exercidas pelo trabalhador em sua função laboral.
Neste artigo, você irá entender melhor o que são as doenças ocupacionais e como se desenvolvem. Continue lendo e veja como as empresas podem cuidar dos funcionários e evitar essas ocorrências!
O que são doenças ocupacionais?
Também chamadas de doenças profissionais, são aquelas em que o funcionário adoece devido às atividades de rotina. Isso quer dizer que o problema de saúde surge conforme a exposição contínua a que o profissional é submetido no ambiente de trabalho.
Na maioria dos casos, os males se desenvolvem e evoluem para condições crônicas, podendo ter tratamento, mas não a cura em totalidade.
As doenças ocupacionais têm origem em movimentações do dia a dia que se repetem e, sem cuidados preventivos, podem acarretar piora do quadro.
A exposição em excesso a agentes de risco – físicos, biológicos, químicos e radioativos – é responsável por, lentamente, comprometer a saúde dos trabalhadores. Com o tempo, o estado de saúde agravado começa a prejudicar a qualidade de vida e do trabalho.
Quais são as principais doenças ocupacionais no Brasil?
As doenças ocupacionais no Brasil são motivo para afastamentos, desde que o funcionário consiga, por meio de um laudo, comprovar o vínculo com a empresa e a incapacidade de continuar exercendo determinada atividade e função.
É importante conhecer as principais doenças profissionais e como se desenvolvem, além dos impactos causados na vida do trabalhador e na produtividade da empresa:
LER e Dort
Essas são duas doenças ocupacionais que estão entre as mais comuns no mercado de trabalho brasileiro. A Lesão por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort) têm origem na postura inadequada devido à repetição de movimentos.
Problemas de visão
A sensibilidade ocular coloca o colaborador em situação vulnerável quando exposto a agentes nocivos. Seja corpos estranhos ou substâncias químicas, sem a devida proteção, os olhos estão sujeitos a serem afetados e desencadear problemas na visão, como lesões graves e queimaduras.
Asma ocupacional
Nesse tipo de asma, há um estreitamento e obstrução das vias respiratórias, ocasionada por aspiração de partículas do ambiente. De modo geral, são as poeiras ou pós originados de componentes como madeira, algodão, borracha, que podem provocar uma reação alérgica grave.
Antracose pulmonar
A antracose pulmonar é uma doença do trato respiratório relacionada a um ambiente específico de trabalho: a carvoaria e fumaça gerada no processo. Mais grave do que a asma ocupacional, pode provocar lesões permanentes nos pulmões, o que compromete toda uma vida.
Dermatose ocupacional
Assim como os pulmões, a pele, que é extensa e muito exposta, também pode ser afetada por agentes nocivos. O contato direto com produtos químicos, óleos, graxas, usados em maquinários é um risco à epiderme e, por vezes, à derme.
Perda auditiva
A perda da audição é mais uma doença ocupacional de alta frequência que pode ocorrer parcialmente ou em totalidade. A exposição contínua a ruídos sonoros além do permitido prejudica a capacidade de ouvir corretamente e, muitas vezes, o funcionário só percebe quando a situação já está bastante agravada.
Doenças psicossociais
Tanto a depressão quanto a síndrome de burnout, que são doenças de ordem emocional, são consideradas ocupacionais. Quando ligadas ao trabalho, têm origem na pressão, no excesso de trabalho e em conflitos com lideranças e equipes.
Problemas na coluna
Quantos trabalhadores executam tarefas e atividades na empresa em uma posição desconfortável? A recorrência de problemas na região lombar em função de postura inadequada é muito grande em ambientes de todos os tipos, seja para quem trabalha de pé ou sentado.
Varizes
Por falar no trabalho em pé, a dilatação das veias dos membros inferiores pode desencadear uma doença venosa crônica. As varizes acontecem quando o corpo não tem pressão e força suficiente para fazer o bombeamento do sangue, causando extremo desconforto no seu estado agravado.
Cânceres por exposição a produtos químicos
Uma das mais graves doenças ocupacionais, os cânceres por exposição a produtos químicos transformam a vida do profissional drasticamente. Dependendo do tipo de neoplasia, da leucemia aos linfomas, os tratamentos são dolorosos e podem não ter cura.
Como as empresas podem evitar as doenças ocupacionais?
A melhor forma de evitar o desenvolvimento de doenças ocupacionais é investir na prevenção. A preocupação com a ergonomia e com o uso adequado de EPIs (Equipamento de Proteção Individual) é um cuidado imprescindível para garantir o bem-estar e a segurança dos trabalhadores.
Oferecer apoio psicológico é uma ação importante que, em conjunto com a oferta de benefícios de qualidade, aumentam a satisfação dos colaboradores. Com isso, eles se sentirão mais pertencentes, atentos ao autocuidado, preservando a si próprios de serem afetados.
As ginásticas laborais ajudam a aproximar as equipes e estimular o cuidado mútuo diante dos fatores de risco. Os funcionários satisfeitos querem desfrutar de uma vida saudável, por isso, tendem a colaborar com as ações preventivas da empresa, cumprindo as determinações da segurança do trabalho.
Cuidados para o bem-estar
Por outro lado, a empresa deve se esforçar a fim de criar um ambiente de trabalho adequado, buscando soluções para evitar a exposição prolongada a qualquer agente nocivo, protegendo seu capital humano, bem mais precioso e essencial para o sucesso do negócio.
As doenças ocupacionais não surgem de um dia para o outro, estando condicionadas à insalubridade do local de trabalho. Ter colaboradores doentes por repetições e excessos incorre em uma série de problemas para a organização, desde a ausência até os gastos com mão de obra temporária.
Sem contar que, se comprovada a negligência da empresa em um dos casos de doenças ocupacionais, o prejuízo pode ser ainda maior com indenizações judiciais. A prevenção diminui os índices de afastamentos, melhora a qualidade de vida do trabalhador, aumenta a produtividade e, consequentemente, o faturamento.
Gostou do artigo? Então, que tal aproveitar e complementar com a leitura de mais um conteúdo, dessa vez sobre a relação entre bem-estar no trabalho e benefícios!