Você já ouviu falar em quiet quitting? Talvez o termo ainda soe estranho, mas é bem provável que você já tenha visto isso acontecer — ou tenha passado por isso. Essa expressão ganhou força nas redes sociais por dar nome a algo que muita gente vive, mas nem sempre consegue explicar: o distanciamento emocional do trabalho.
Neste artigo, vamos entender melhor o que é o fenômeno do quiet quitting: significado, razões e seus impactos — tanto para quem está passando por isso quanto para as empresas que desejam cuidar melhor das suas equipes. Vem saber mais!
O que é quiet quitting?
Na tradução literal para o português, o termo em inglês quiet quitting significa “demissão silenciosa”. Mas calma: não é que a pessoa vai pedir demissão ou devolver o crachá.
Ela continua na empresa, cumpre suas tarefas, participa das reuniões — só que sem ir além do básico. Isso acontece porque o esforço extra deixou de ser reconhecido ou valorizado. Você já deve ter ouvido alguém falar algo parecido:
- Exemplo: “Antes, eu ficava até mais tarde, adiantava tarefas do time e dava ideias fora do meu escopo. Mas, com o tempo, percebi que nada disso fazia diferença. Agora, faço meu trabalho bem feito, mas dentro do que foi acordado. Só isso.”
O quiet quitting é, na verdade, um sinal de alerta de um funcionário desmotivado ou desmotivada, algo que precisa ser avaliado.
Por que o quiet quitting acontece?
Na maioria dos casos, o quiet quitting é uma resposta silenciosa ao acúmulo de frustrações, cansaço emocional e à sensação de não pertencer. Aos poucos, a conexão com o trabalho vai se perdendo até restar somente o piloto automático.
Por trás desse comportamento, há causas profundas — e muitas delas estão ligadas à cultura organizacional e à gestão da empresa. Confira alguns dos fatores mais comuns:
- Poucas perspectivas de crescimento ou promoção.
- Esforços que passam despercebidos.
- Lideranças distantes, autoritárias ou pouco empáticas.
- Sobrecarga de tarefas sem estrutura de apoio.
- Cultura que valoriza o excesso e ignora o bem-estar.
Qual o papel das novas gerações nesse movimento?
A Geração Z, que está chegando com força no mercado de trabalho, tem uma visão diferente sobre carreira. Por crescerem em um mundo hiperconectado, instável e com demandas sociais mais amplas, buscam mais propósito, equilíbrio e autonomia.
Para essa geração, trabalhar não significa sacrificar a vida pessoal ou “vestir a camisa” a qualquer custo. A ideia de sucesso mudou, e com isso, a forma de se posicionar também.
Então, o quiet quitting é o vilão? Nem sempre. Em vez de enxergar esse comportamento como falta de comprometimento, pode ser mais produtivo encará-lo como um pedido de ajuda que ainda não foi verbalizado.
Muitas vezes, a pessoa não está desmotivada com o trabalho em si, mas sim com o ambiente ao redor. Falta escuta, reconhecimento e segurança psicológica. Ou seja, o quiet quitting pode ser, antes de tudo, um reflexo de um sistema que precisa evoluir.
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Sinais de alerta: como reconhecer um colaborador desmotivado?
Nem sempre o distanciamento é óbvio. Às vezes, por fora está tudo bem, mas por dentro o vínculo com o trabalho vai se desfazendo. Conheça cinco sinais que o RH e as lideranças devem observar.
1. Entregas mínimas, feitas somente dentro do prazo e escopo
Quando a pessoa colaboradora está desmotivada, é comum que ela faça só o básico, cumprindo o que foi combinado — nem mais, nem menos. As tarefas chegam dentro do prazo e atendem ao que foi pedido, mas falta aquele cuidado extra, a criatividade ou o aprofundamento que costumavam estar lá.
2. Participação mais contida em reuniões e iniciativas da equipe
Sabe quando aquela pessoa que sempre contribuía nas reuniões começa a ficar mais calada? Ou quando evita se envolver em projetos coletivos, mesmo tendo tudo para agregar? Esse é um dos sinais mais sutis — e comuns — do quiet quitting.
3. Redução da proatividade e das sugestões espontâneas
Quando a motivação está alta, a pessoa costuma trazer ideias novas, sugerir melhorias e se antecipar aos problemas. Mas, se com o tempo esse comportamento vai desaparecendo, é um sinal claro de que algo não está indo bem.
4. Distanciamento emocional e postura mais apática
No dia a dia, esse distanciamento aparece em pequenos gestos: menos entusiasmo nas conversas, respostas mais secas e pouca empolgação com as conquistas da equipe. A pessoa continua presente, mas já não mostra o mesmo brilho no olhar nem o mesmo envolvimento emocional.
5. Ausência de interesse em projetos de longo prazo.
Quando o colaborador ou colaboradora começa a perder a conexão emocional com o trabalho, é comum evitar se envolver em planos futuros da empresa. Projetos estratégicos, iniciativas de inovação ou qualquer desafio que exija uma visão a longo prazo acaba não despertando mais interesse.
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Quais os impactos da demissão silenciosa para as empresas?
Mesmo sem uma saída formal, o quiet quitting deixa marcas — não somente no desempenho da pessoa colaboradora, mas também no engajamento de toda a equipe.
Esse distanciamento compromete a colaboração, freia a criatividade e prejudica a experiência das pessoas na organização. Ignorar os sinais de desmotivação no trabalho pode resultar em:
- Aumento da rotatividade: com o tempo, a pessoa colaboradora desmotivada pode de fato pedir demissão — ou inspirar outras pessoas a fazerem o mesmo, aumentando assim a taxa de rotatividade.
- Clima organizacional negativo: quando o desengajamento se espalha, o ambiente acaba ficando menos colaborativo, tornando o clima organizacional ruim.
- Queda de performance coletiva: menos inovação, menos entrega, menos energia nas equipes como um todo.
- Prejuízos à imagem da marca empregadora: empresas que não cuidam do bem-estar corporativo perdem espaço no mercado de talentos.
Como prevenir o quiet quitting? Confira 7 estratégias para motivar funcionários e funcionárias
Para virar esse jogo, o caminho passa pela escuta ativa, valorização contínua e um ambiente de trabalho que realmente apoie o bem-estar de todas as pessoas. Conheça algumas estratégias que podem fazer a diferença no dia a dia:
- Diálogo aberto e feedbacks transparentes: crie espaços de escuta ativa e mostre que a opinião das pessoas importa.
- Reconhecimento diário e sincero: valorize esforços e conquistas, por menores que pareçam.
- Desenvolvimento profissional contínuo: ofereça treinamentos, oportunidades reais de crescimento e desafios que estimulem.
- Gestão humanizada e próxima: lideranças acessíveis e empáticas fazem toda a diferença no engajamento.
- Cultura organizacional positiva: incentive o respeito, a inclusão e a colaboração no dia a dia.
- Transparência nas metas e objetivos: clareza no caminho a seguir gera mais segurança e alinhamento.
- Bem-estar em foco: promova ações que cuidem da saúde mental, do equilíbrio e da qualidade de vida.
Em vez de rotular comportamentos como “preguiça” ou falta de comprometimento com o trabalho, vale refletir: essa pessoa foi ouvida? Ela se sente pertencente? Enxerga um futuro na empresa? Quando o ambiente é justo e respeitoso, o trabalho deixa de ser um fardo e vira um projeto coletivo.
Neste cenário, a VR pode ser uma aliada estratégica para as empresas evitarem o quiet quitting ao focar na valorização e no bem-estar das pessoas colaboradoras, essencial para manter o engajamento e a motivação.
Ao oferecer auxílios que realmente impactam o dia a dia e o trabalho remoto/híbrido, como VR+VA (refeição e alimentação), Multi (multissaldos), Auxílio Home Office, Auto (combustível e serviços automotivos) e Premiação, a empresa demonstra cuidado e reconhecimento, o que é fundamental para combater a sensação de desvalorização e esgotamento.
Ao investir nessas soluções, a empresa não somente oferece benefícios, mas constrói uma cultura de valorização, eficiência e cuidado, pilares essenciais para evitar o quiet quitting.
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