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Bares e restaurantes no pós-pandemia: quais as tendências para o mercado?

Fazer qualquer refeição fora de casa se tornou quase um evento. Se hoje, em meados de 2021, com a vacinação avançada, ainda há muito a se considerar, antes desse período as críticas eram ainda mais assíduas e era preciso cautela na hora de escolher um bar ou restaurante. Por essa mudança de comportamento e outras transformações, há muito a se entender sobre o futuro de bares e restaurantes no pós-pandemia.

Fareed Zakaria afirma em “Dez Lições para o Mundo Pós-Pandemia” (Editora Intrínseca) que, mesmo que todos os outros setores voltem à normalidade, dificilmente a população se esquecerá do que enfrentou:

“A vida pós-pandemia será diferente para os países, as empresas e, acima de tudo, para os indivíduos. Ainda que a economia e a política voltem ao normal, o mesmo não vai acontecer com os seres humanos. Eles terão passado por uma experiência difícil e incomum, e a sentirão como uma nova oportunidade conquistada a duras penas.”

Enquanto algumas empresas avaliam a possibilidade da retomada das atividades presenciais, o comércio de um modo geral vem se atentando às regras vigentes em cada município para funcionar dentro da legalidade. O objetivo desse plano é abrir as portas para o público sem colocar em risco a vida de suas equipes e também de clientes.

Pós-pandemia: comportamento do cliente e restrições

Há alguns aspectos a se considerar na hora de entender mais sobre as tendências para bares e restaurantes no pós-pandemia. O principal deles é o comportamento do cliente. Atualmente, o governo do estado de São Paulo afirma que mais de 40% da população alvo da campanha já está completamente vacinada (com as 2 doses aplicadas). Logo, as chances de as pessoas começarem a se sentir mais seguras começam a aumentar. Boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado, aponta que “as contínuas quedas (de ocupação dos leitos, novos casos e óbitos) são reflexo do avanço da campanha de vacinação contra a Covid-19 e das estratégias de prevenção e enfrentamento da doença.”

Além disso, no mês de setembro deste ano, 2021, também houve registro da menor média móvel de casos do ano.

Sendo assim, há um certo anseio para a retomada da vida ao normal, mas, ainda com todos os cuidados de higiene e prevenção. Este movimento vem se consolidando conforme o governo anuncia novas flexibilizações. Atualmente, o cenário para bares e restaurantes no pós-pandemia é otimista.

Plano de Retomada Segura

Desde o dia 17 de agosto, a capital vive a etapa da retomada segura do Plano São Paulo. Ou seja, neste momento, a flexibilização viabiliza algumas melhorias e segue com alguns adendos:

– O fim das restrições de horário para comércio e serviços;

– Ocupação de até 100% nos estabelecimentos;

– Obrigatoriedade do distanciamento de 1 metro;

– Aglomerações continuam proibidas;

– Obrigatoriedade do uso de máscaras em todos os ambientes;

– Protocolos de higiene devem ser seguidos de acordo com o Plano SP;

– Prefeituras possuem autonomia para determinar medidas mais rigorosas em suas cidades.

Hoje, com mais liberdade para funcionar sem muitas restrições, cada estabelecimento comercial pode decidir como deseja operar, desde que as regras acima sejam respeitadas. Enquanto alguns locais voltaram com total capacidade, outros preferem manter algumas restrições até que se sintam mais seguros.

Apesar de haver a permissão para operar com 100% da capacidade conforme a vacinação avança, os impactos da pandemia são muito pessoais e podem interferir na forma de agir e trabalhar de muitas pessoas.

“O que começou como um problema de saúde na China, logo se tornou uma pandemia. Mas, isso foi apenas o começo. A crise médica levou ao bloqueio simultâneo de todos os negócios no mundo inteiro, e o resultado foi uma grande paralisação, a cessação da própria economia. Por alguns parâmetros, os danos econômicos dessa pandemia já rivalizam com os da Grande Depressão. As consequências políticas se desenvolverão ao longo dos próximos anos de maneiras distintas em diferentes países. As consequências sociais e psicológicas – medo, isolamento, falta de objetivo – podem durar ainda mais tempo. A Covid-19 mostra ter efeitos profundos e duradouros em cada um de nós, repercussões que ainda não conseguimos compreender em sua totalidade”, afirma Zakaria.

Principais Tendências para bares e restaurantes no pós-pandemia

Apesar da flexibilização, durante o período de isolamento social e quarentena, muitas pessoas se adaptaram aos novos hábitos e quando há algum movimento que remeta ao ritmo antigo, a insegurança dá as caras.

Isso quer dizer que, apesar do ritmo da vacinação, muitas pessoas ainda não se sentem 100% seguras para ir a um show, por exemplo. As orientações para evitar aglomerações e manter o distanciamento social viraram as novas regras de socialização que imaginar algo do tipo, hoje, ainda parece algo surreal para muitas pessoas.

Por isso, muitos bares e restaurantes neste período pós-pandemia devem continuar seguindo as dicas que nasceram em março de 2020. Isso não quer dizer que os lucros estejam como o esperado ou que não exista desejo de crescimento e evolução, mas, “normalizar” todas as atividades pode também afastar os clientes.

Depois de mais de 1 ano e meio vivendo para lutar contra a covid-19, retomar tudo como antigamente ainda parece algo muito ameaçador, mesmo entendendo que a vida deve seguir em frente.

Neste sentido, a tendência dos ambientes híbridos se consolida de forma exponencial. Enquanto há fortes apelos para a população evitar aglomerações e ambientes fechados, muitos restaurantes e até mesmo comércios vêm apostando na criação de espaços ao ar livre para que as pessoas se sintam mais seguras dentro de seus negócios.

Já havia, mesmo antes da pandemia, um movimento que estimulava as famosas áreas externas. Na Europa, por exemplo, isto já é algo comum em pubs que mesclam com mesas dentro e fora do bar.

Portanto, se antes os ambientes menores e com baixa iluminação eram vistos como acolhedores, hoje, para muitos clientes, ele se tornou um fator de risco. Mais do que nunca, as pessoas optam por mesas a céu aberto mesmo que seja na calçada em frente ao bar ou em varandas, sacadas e jardins.

A comida no dia a dia

Outro aspecto que deve fazer a diferença para esta retomada é a importância e relevância da gastronomia na vida das pessoas de forma geral. Nos períodos mais rígidos, era comum que muita gente comentasse sobre a saudade de sair de casa para tomar um café, curtir um almoço em família ou fazer a confraternização com a equipe de trabalho no fim do dia.

Foi exatamente neste período, por não poder fazer isso a qualquer hora e com todas as pessoas, que a importância da comida no dia a dia voltou a fazer sentido. Ou seja, notou-se o quanto a gastronomia está presente na rotina da população e o quanto ela é capaz de unir e promover encontros.

Níveis de exigência dos consumidores

O que também não fica de fora nesta lista é a exigência do consumidor que deve se manter alta. Características como agilidade, transparência, responsabilidade e versatilidade entraram para o leque de fatores decisivos e devem se manter. Ou seja, o seu cliente vai continuar escolhendo quando vai querer receber o pedido em casa e quando ele passa para retirar no balcão.

Também vai seguir avaliando a forma como a comida é entregue, sua embalagem, medidas de higiene e a temperatura do pedido quando chega em casa.

Por isso, vale se atentar para planejar muito bem a sua forma de trabalho. O que será prioridade no seu estabelecimento? Entregas ou pedidos na casa?

Experiências marcantes e positivas

Além destes pontos, os bares e restaurantes pós-pandemia também devem manter as experiências do cliente sempre lá em cima. Isso quer dizer que, se antes as pessoas já prezavam pelo conjunto da obra ao saírem de casa para jantar, este ponto se tornou imprescindível quando quase tudo se tornou restrito.

Durante algum tempo, o único prazer para quem ficou trancado durante tanto tempo era pedir uma boa refeição em casa, recebê-la ainda quente e bem embalada e desfrutar deste momento com a família. Não é porque já é possível sair de casa que este zelo deve deixar de existir. Por isso, capriche na experiência que o seu consumidor terá quando se relacionar com o seu estabelecimento.

Tecnologia a todo vapor

Por fim, se você ainda não reinventou o seu cardápio, é hora de pensar nesta possibilidade e colocar a mão na massa. Com as restrições de compartilhamento de

talheres, materiais impressos e a diminuição de contato, a digitalização transformou ambientes começando, justamente, pelo cardápio. Disponibilizar o seu menu via QR Code ou qualquer outro sistema online é uma das medidas de segurança que você pode adotar para elevar os níveis de segurança do seu consumidor.

Que tal aproveitar a brecha para revê-lo e trazer novas ideias? Mais do que isso, também vale apostar nos altos níveis de exigência quando o assunto é delivery e pensar em um sistema eficiente e rápido de entregas. Muitos comércios têm limitado o raio de entrega para garantir que a comida chegue ainda quente ao cliente, aumentando seus níveis de satisfação e usando esta ferramenta como um diferencial na fidelização.

A pandemia do novo coronavírus ainda não tem data para dizer adeus e permitir que a vida volte ao que era antes. E, pode-se dizer que, mesmo que isso aconteça, alguns hábitos deverão ser deixados para trás de forma permanente.

Essa premissa também vale para quem atravessou esse período tão desafiador e conseguiu sobreviver.

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