A sua empresa sabe identificar e como agir diante da Síndrome de Burnout? O quadro está diretamente ligado à vida profissional do indivíduo, impactando aspectos mentais, físicos e sociais. Nesse contexto, a também chamada síndrome do esgotamento profissional acomete uma parcela significativa dos trabalhadores no Brasil e no mundo.
Resultado do acúmulo de estresse e pressão no ambiente de trabalho, a Síndrome de Burnout gera impactos negativos em todos os envolvidos. Em outras palavras, o profissional tem as energias sugadas, com queda drástica na produtividade. Já as empresas sofrem perdas financeiras e correm sérios riscos jurídicos.
Aqui, vamos esmiuçar o assunto, detalhando o que é a Síndrome de Burnout, quais os sintomas, de que maneira tratar e como agir de forma preventiva. Acompanhe!
O que é Burnout
A Síndrome de Burnout pode ser definida como um quadro de estresse crônico no ambiente de trabalho, não administrado com sucesso. Assim, o burnout pode ser caracterizado por três sinais principais:
1. Esgotamento físico e psíquico (sensação de não dar conta das tarefas).
2. Indiferença e perda de personalidade (não se importar mais com o próprio desempenho profissional).
3. Baixa satisfação e eficácia profissional.
Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS), oficialmente, incluiu o burnout como uma doença ocupacional na 11ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11). Ou seja, a síndrome não é mais classificada como uma condição médica genérica, mas está diretamente ligada às condições laborais.
De acordo com um estudo realizado em 2022 pela empresa Gattaz Health & Results, 1 em cada 5 profissionais brasileiros sofre com a Síndrome de Burnout. Ao mesmo tempo, 43% dos trabalhadores identificaram sintomas depressivos e 24% relataram quadros de ansiedade. Os números pioraram depois da pandemia da Covid-19.
Em âmbito mundial, os dados também são alarmantes. Por exemplo, 75% dos profissionais norte-americanos já vivenciaram a Síndrome de Burnout na carreira. A informação é de uma pesquisa realizada em 2020 pela empresa FlexJobs, em parceria com a organização Mental Health America.
Quais são os sintomas
Os primeiros sintomas de burnout podem aparecer de forma física: dores de cabeça, dores na coluna e distúrbios musculares — as lesões por esforços repetitivos estão entre os exemplos mais comuns. Entretanto, há outras formas de identificar a síndrome, as quais podem ser chamadas de sinais de sobrecarga.
Em seguida, confira os 5 principais indicadores da Síndrome de Burnout.
Irritabilidade
A irritação excessiva é um dos principais sinais de sobrecarga no ambiente de trabalho. Assim, ela pode surgir em situações corriqueiras, como cobranças por parte de um superior, solicitações de novas atividades e comentários em reuniões. Então, fique de olho no nível de estresse.
Sintomas físicos
O corpo também dá sinais claros de esgotamento profissional. Podem surgir sintomas como falta de ar, calafrios, enxaqueca e palpitações. Infelizmente, não é raro o quadro evoluir para crises de ansiedade e depressão.
Dificuldade de concentração e lapsos de memória
Outro alerta é esquecer conversas recentes ou perder os prazos das entregas. Além disso, pessoas que estão sofrendo de burnout apresentam maior dificuldade de concentração e comunicação, pecando também na organização geral.
Falta de disposição e ausências
Outros sintomas muito claros são o absenteísmo e a falta de disposição. Mesmo em home office, esses pontos podem ser facilmente identificados, já que não há vontade de iniciar o dia ou de resolver as pendências de forma eficaz.
Sentimentos negativos
Outro sinal comum de burnout são os sentimentos negativos recorrentes. Como resultado disso, o trabalhador tende a se ver incapaz para realizar as atividades, além de se sentir inferior aos colegas. Também não apresenta senso de propósito dentro da empresa e demonstra excesso de negatividade no dia a dia.
Como o tratamento funciona?
Embora os sintomas relatados no tópico anterior sejam fortes sinais de um possível burnout, é importante frisar que a síndrome deve ser diagnosticada por meio de análise clínica realizada por especialistas em saúde mental, como psicólogos e psiquiatras.
O acompanhamento profissional é imprescindível não só para identificar a síndrome, mas também para desenvolver estratégias de combate ao estresse diário.
Para o paciente, as sessões de terapia são uma excelente forma de desabafar, receber acolhimento e ter ajuda para processar as experiências negativas.
Normalmente, em um tratamento de burnout, o psicólogo ou psiquiatra sugere uma série de tarefas para o paciente. Em seguida, confira algumas delas.
● Reorganização do trabalho: diminuição da jornada, mudança de rotina, melhora na comunicação com os superiores e ressignificação do propósito profissional.
● Retorno à vida social: investir em hobbies, passeios, momentos prazerosos com a família e amigos, além de outras situações que naturalmente tendem a diminuir o estresse.
● Prática de atividades físicas: esportes, caminhadas, exercícios de respiração, meditação, academia ou pilates.
● Uso de medicação: o tratamento de casos mais profundos de burnout pode incluir a prescrição de remédios, que auxiliam o paciente a vencer a síndrome.
Por fim, vale ressaltar que cada caso de Síndrome de Burnout é diferente, exigindo um tratamento prescrito de forma individual. Afinal, mesmo que os sintomas sejam comuns a muitos trabalhadores, as vivências de cada um são únicas.
Direitos trabalhistas na Síndrome de Burnout
Além de gerar impacto negativo na saúde dos trabalhadores e na própria produtividade da empresa, a Síndrome de Burnout pode acarretar um risco jurídico às organizações.
Isso ocorre justamente pelo enquadramento da síndrome como fenômeno ocupacional. Assim, assemelha-se a outras doenças relacionadas ao trabalho e deve ser tratada como tal pela área de Recursos Humanos.
Primeiramente, o funcionário contratado em regime CLT que apresentar Síndrome de Burnout comprovada via atestado médico pode se afastar por 15 dias, sendo pago pela empresa. Após este período, passa a receber o auxílio-doença, com direito a recolhimento do FGTS. Por fim, o diagnóstico de burnout fornece estabilidade empregatícia de 12 meses após o tratamento.
Além disso, a síndrome permite que o trabalhador acione a Justiça em busca de indenização por danos morais, materiais e emergentes. Ao mesmo tempo, dá margem para que o funcionário rescinda o contrato de trabalho indiretamente, recebendo aviso prévio, férias pendentes, 13º salário e multa de 40% sobre o FGTS.
Em relação ao aspecto financeiro, um estudo de 2016 feito pela OMS revelou que o valor investido em tratamentos relacionados à saúde mental gera um retorno quatro vezes maior à sociedade. Isso ocorre devido ao aumento de produtividade laboral dos pacientes.
Nesse contexto, mostra-se de suma importância o investimento por parte da empresa em um positivo clima organizacional. Aqui, diversas iniciativas podem ser colocadas em prática para aumentar o nível de satisfação do time, como concessão de benefícios, jornadas flexíveis e uma adequada prática de gestão de pessoas.
Acima de tudo, é preciso que líderes e gestores fiquem de olho para não sufocar o colaborador. Independentemente do modelo, presencial ou remoto, é importante se certificar de que a demanda de trabalho esteja em um nível saudável e de que a carga horária não seja excessiva, por exemplo.
Invista no bem-estar do seu time
Definitivamente, todas as empresas precisam estar atentas e preparadas para lidar com o burnout dos trabalhadores. Investir no bem-estar da sua equipe, apostando em uma positiva experiência do empregado, é fundamental na prevenção da síndrome. Nesse contexto, saiba que a VR oferece serviços que, comprovadamente, aumentam o nível de satisfação dos funcionários. Portanto, fica aqui o convite para que você continue explorando os artigos do blog e conheça as nossas soluções para a sua empresa.