É cada vez mais comum gestores de Recursos Humanos listarem uma série de soft skills que um bom profissional deve ter. Muitos vão além dessas habilidades. Citam como extremamente importante o QE – quociente emocional dos candidatos e chegam a considerá-lo até mais relevante do que o QI (quociente de inteligência) nos processos seletivos.
Não é de hoje que a Inteligência emocional desperta a atenção e o interesse das empresas como um fator importante na atração e retenção de talentos. Como são intangíveis – não podem ser mensuradas -, essas aptidões representam algo valioso, útil e positivo porque revelam a capacidade do profissional de ser mais empático, compreensivo, resiliente e acolhedor.
Atualmente, fala-se até mesmo em salário emocional, uma espécie de recompensa não financeira. Ou seja: nesse caso, o dinheiro é importante, mas trabalhar em um ambiente em que as pessoas se apoiam, acolhem e respeitam é até mais valioso para muitos profissionais.
Foi o que revelou, por exemplo, a pesquisa de 2022, Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, da The School of Life com a consultoria Robert Half. A conclusão foi que o acolhimento é um dos objetivos de carreira de 70% dos líderes e 66% dos liderados. Foram ouvidos 800 profissionais. Esses números são uma pequena mostra da importância dos benefícios emocionais e da inteligência emocional nas empresas.
Como desenvolver a inteligência emocional?
Antes de saber como desenvolver a inteligência emocional, vamos saber o que significa esse conceito. O psicólogo Daniel Goleman se tornou famoso nos anos de 1990 ao descrever a inteligência emocional como a capacidade que uma pessoa tem de gerenciar seus sentimentos. Segundo ele, o controle das emoções é essencial para desenvolver a inteligência.
Pode-se dizer que ele popularizou esse conhecimento, tirando-o dos círculos acadêmicos para apresentá-lo às empresas e à sociedade. Por isso, seu livro “Inteligência Emocional” (Emotional Intelligence), de 1995, se tornou um best-seller rapidamente e exerceu impacto profundo em várias áreas do conhecimento.
Na prática, a inteligência emocional é a capacidade de identificar emoções em si mesmo e nos outros. É o resultado da combinação de alguns traços da personalidade. Quanto maior o QE (quociente emocional), maior a capacidade de compreender e lidar positivamente com as emoções e, consequentemente, desenvolver relacionamentos saudáveis.
Mas como podemos desenvolver a inteligência emocional? A resposta é simples: seguindo os passos, apontados por Goleman, como os cinco princípios da inteligência emocional. Para ele, se a pessoa deseja desenvolver sua inteligência emocional, deve:
- Conhecer suas próprias emoções;
- Controlar suas emoções;
- Automotivação;
- Empatia;
- Saber relacionar-se interpessoalmente.
5 principais benefícios da inteligência emocional
Observe as funções de um líder de uma grande empresa. Muito provavelmente ele deve se destacar também por seu QE porque é justamente com ajuda das habilidades da inteligência emocional que ele consegue lidar com as questões e desafios diários do trabalho.
Entre essas habilidades da IE estão a capacidade de controlar os impulsos, se automotivar, confiar no outro, ter empatia e compreender as emoções dos colegas de equipe, por exemplo.
Portanto, ao contar com profissionais que desenvolvem essas habilidades, a empresa ganha porque poderá verificar na prática que suas equipes:
- Têm uma comunicação mais eficiente – a fala é mais clara, objetiva e direta;
- Melhoram a produtividade – o profissional fica mais focado para realizar suas tarefas e sabe controlar as emoções. Resultado: ganho de produtividade;
- Desenvolvem a empatia – como sabe lidar com suas emoções, consegue compreender o que o outro sente e se colocar em seu lugar.
- Pensam antes de agir – compreende seus limites e sabe respeitá-los. Por isso, não toma decisões ou atitudes impulsivas e precipitadas.
- Aprendem a lidar com o estresse e a ansiedade – para isso, aceita e respeita os seus limites e os sinais do seu corpo.
Como usar a inteligência emocional nas empresas?
A inteligência emocional é essencial nas empresas, especialmente quando pensamos na possibilidade de criar ambientes mais saudáveis e com relacionamentos menos tóxicos entre os colaboradores.
Profissionais com QE mais elevado conseguem administrar conflitos e enfrentar as dificuldades com mais resiliência. Além disso, são mais confiantes e motivados.
Nesse sentido, a área de Recursos Humanos tem um papel fundamental que é fortalecer a comunicação interna, deixando-a mais eficiente, transparente e igualitária e dar feedback aos colaboradores para reduzir erros e também comportamentos indesejados.
Assim, é possível contribuir para criar um ambiente mais acolhedor e para o bom clima organizacional. Além disso, estimula os profissionais a serem mais resilientes, reduzindo também as chances de desenvolver síndromes como Burnout ou demais problemas relacionados ao trabalho. Os 3 principais benefícios diretos de investir em inteligência emocional no trabalho são:
- Aumento da produtividade: o profissional que sabe lidar com suas emoções, consegue controlar melhor o seu tempo e não deixa que as emoções interfiram em sua produtividade;
- Criação de vínculos: a inteligência emocional ajuda os profissionais a se relacionarem melhor com os colegas e isso gera um clima organizacional melhor;
- Redução do turnover e do absenteísmo: profissionais com QE elevado, conseguem lidar melhor com suas emoções e são resilientes. Consequentemente, são mais motivados – o que reduz as faltas e o turnover.
Como explicado, a inteligência emocional será cada vez mais um diferencial importante das empresas e de suas equipes. Contar com ambientes que têm mais diversidade, são igualitários, resilientes, acolhedores e motivadores torna a empresa uma referência importante em seu segmento de negócios. Isso atrai talentos e reduz as chances de doenças associadas à saúde mental. Este conteúdo foi importante para você? Se gostou, veja o nosso site para mais informações. Clique aqui.