Você já percebeu como algumas pessoas que atuam na liderança conseguem motivar a equipe em qualquer situação, enquanto outras parecem enfrentar dificuldades mesmo com a qualificação necessária? Muitas vezes, isso acontece por falta de uma liderança situacional bem aplicada.
Se você quer entender como funciona a teoria da liderança situacional, seus pontos fortes e limitações, e conhecer exemplos práticos para aplicar no dia a dia, continue a leitura deste artigo!
O que é liderança situacional?
Em linhas gerais, o conceito de liderança situacional defende que não existe um único jeito certo de liderar. Cada contexto, cada equipe e cada colaborador ou colaboradora exigem uma abordagem diferente.
Esse modelo foi desenvolvido pelos pesquisadores Paul Hersey e Kenneth Blanchard, e ficou conhecido como modelo de Hersey e Blanchard. A ideia central é que o comportamento da liderança deve se ajustar conforme o nível de maturidade, autonomia e competência das pessoas que compõem o time.
Ou seja: não se trata de aplicar um “manual pronto de liderança”, mas sim de observar, analisar e adaptar o estilo conforme a necessidade.
Quais as características da liderança situacional?
O grande diferencial da liderança situacional é que ela não se baseia em fórmulas prontas. Para essa abordagem funcionar no dia a dia, é essencial desenvolver atributos que tornem o conceito aplicável, na prática.
Mais do que habilidades técnicas, estamos falando de competências ligadas à sensibilidade, à inteligência emocional e à capacidade de adaptação. Nesse sentido, quando pensamos nas características da liderança situacional, alguns pontos merecem destaque:
- Flexibilidade: adaptar o estilo conforme o contexto e as demandas da situação.
- Capacidade de diagnóstico: identificar rapidamente o nível de desenvolvimento de cada pessoa da equipe.
- Foco em resultados e pessoas: buscar alcançar metas sem abrir mão do bem-estar e do engajamento do time.
- Comunicação clara e eficiente: transmitir orientações, motivar e oferecer feedback de maneira adequada ao perfil profissional.
Essas características tornam a liderança situacional mais preparada para lidar com diferentes desafios e contribuem para reduzir conflitos e manter a motivação da equipe.
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Conheça os 4 estilos de liderança situacional
A eficácia da liderança situacional está justamente em adaptar o estilo de liderança às necessidades do time e ao contexto de cada tarefa. Dentro desse conceito, surgem quatro abordagens principais, indicadas para diferentes momentos de desenvolvimento da pessoa colaboradora, da equipe ou da atividade.
Conhecer melhor os estilos, é essencial para colocar a gestão situacional em prática de forma consistente. Entenda melhor como cada um funciona:
- Diretivo (dirigir): a liderança dá orientações detalhadas e acompanha de perto a execução das atividades.
- Persuasivo (orientar): a liderança continua direcionando o trabalho, mas também oferece apoio e incentivo, orientando sem centralizar todas as decisões.
- Participativo (apoiar): nesse caso, a liderança divide as decisões com o time e valoriza a construção coletiva das soluções.
- Delegativo (delegar): a liderança confia na equipe para executar as tarefas, oferecendo pouca supervisão, sendo mais aplicada com pessoas de nível sênior.
Esses tipos de liderança situacional mostram que cada estilo deve ser aplicado conforme a maturidade, experiência e motivação da pessoa colaboradora.
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Liderança situacional: exemplos práticos
A aplicação da liderança situacional aparece em diversos contextos dentro das organizações. Inclusive, é dever dela observar atentamente as pessoas colaboradoras e praticar essa adaptação de forma contínua.
Em algumas situações, esse modelo de gestão pode fazer diferença no dia a dia, principalmente em áreas e atividades específicas, como:
- Treinamento de pessoas novas: a liderança adota o estilo diretivo, fornecendo instruções claras e um acompanhamento próximo até que a nova pessoa colaboradora desenvolva autonomia.
- Lançamento de um novo projeto: o estilo persuasivo é indicado em situações em que a pessoa está iniciando um projeto importante, ainda conhecendo processos e responsabilidades, mas demonstra alta motivação.
- Pessoa experiente encarregada de uma demanda complexa: quando se tem habilidade técnica, porém ainda falta confiança, o estilo participativo traz essas pessoas para a tomada de decisão, reforçando o engajamento.
- Pessoa sênior trabalhando em um projeto avançado: cada profissional já domina suas funções e sabe tomar decisões técnicas importantes. Nesse cenário, a liderança delegativa permite autonomia total, confia nas escolhas e intervém somente quando necessário.
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Liderança situacional: treinamento e desenvolvimento
Investir no treinamento de liderança situacional ajuda gestores e gestoras a desenvolver habilidades essenciais, como identificar o nível de maturidade das pessoas colaboradoras e escolher o estilo mais adequado para cada situação. Algumas estratégias que podem ser adotadas, são:
- Programas internos de capacitação: simulam desafios reais do dia a dia, permitindo que as pessoas em cargo de liderança pratiquem os quatro estilos (diretivo, persuasivo, participativo e delegativo) e aprendam a adaptar suas ações conforme a situação.
- Workshops e mentorias: oferecem feedback imediato, fortalecendo a capacidade de diagnóstico e a flexibilidade necessárias para uma gestão situacional eficaz.
Dessa forma, o aprendizado deixa de ser somente teórico e se transforma em ação, preparando líderes para lidar com diferentes contextos e desafios da equipe.
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Liderança situacional: pontos positivos e negativos
Como qualquer modelo de gestão, a liderança situacional apresenta tanto vantagens quanto desafios. Conhecer esses aspectos é fundamental para aplicá-la de forma realista, aproveitando seus benefícios e se preparando para lidar com possíveis limitações.
Confira a seguir, as principais vantagens e desvantagens da liderança situacional:
Vantagens
- Flexibilidade: permite que líderes ajustem seu estilo conforme as necessidades da equipe e da situação.
- Personalização: atende às especificidades de cada pessoa da equipe, promovendo um ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo.
- Desenvolvimento de habilidades: estimula o crescimento e a autonomia do colaborador ou colaboradora ao adaptar o nível de direção e apoio conforme seu desenvolvimento.
Desvantagens
- Complexidade: exige que líderes possuam habilidades de diagnóstico e adaptação constantes, o que pode ser desafiador para profissionais mais resistentes.
- Dependência da liderança: o sucesso da aplicação depende significativamente da capacidade da liderança em avaliar e responder adequadamente às necessidades da equipe.
Liderança situacional e liderança transformacional: qual a diferença?
A principal diferença entre esses dois estilos de liderança está no foco da ação da pessoa líder. Na liderança situacional, o objetivo é garantir que cada pessoa receba a orientação certa no momento certo, seja com instruções detalhadas, incentivo ou liberdade para agir.
Já na liderança transformacional, em vez de somente se adaptar à situação, a pessoa que atua como líder procura elevar o potencial de cada colaborador ou colaboradora, e da equipe como um todo, com foco no longo prazo.
Sua empresa está pronta para aplicar a liderança situacional?
Agora que você já sabe o que é e como a liderança situacional funciona, fica mais fácil entender o que caracteriza a liderança situacional: sua flexibilidade, capacidade de adaptação ao contexto, atenção ao desenvolvimento da equipe e foco em resultados sem perder de vista o bem-estar.
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