Pessoas e Cultura

Plano de sucessão: como preparar sua empresa para o futuro

Entenda o que é plano de sucessão organizacional, sua relação com a CLT e a sucessão trabalhista, e quais são os principais tipos de sucessão.
VR
14.09.2025
7 min de leitura
Homem mais velho com óculos e suéter em padrão losango, apoiado em um homem mais jovem, ambos sorrindo olhando um laptop.
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Pensar no futuro é uma das atitudes mais estratégicas que uma empresa pode adotar, especialmente quando o assunto é sucessão empresarial. Mais do que garantir a continuidade das operações, um plano de sucessão organizacional bem estruturado ajuda a reter talentos, desenvolver lideranças e preservar a cultura da organização.

Neste artigo, falaremos tudo o que você precisa saber sobre o plano de sucessão: o que é, como montar um processo que realmente funcione, quais as legislações envolvidas neste processo, e muito mais. Acompanhe!

Sucessão empresarial: o que é e por que ela importa?

O plano de sucessão trabalhista é uma estratégia de gestão de pessoas voltada à identificação, desenvolvimento e preparação de profissionais para assumirem funções-chave dentro da organização no futuro.

Essa preparação pode acontecer em cargos de liderança, como gerências e diretorias, mas também em posições técnicas estratégicas, que exigem conhecimento específico e são difíceis de repor com agilidade.

A sucessão empresarial vai além do simples preenchimento de uma vaga. Trata-se de garantir que os valores, conhecimentos e processos da organização sejam transmitidos com consistência.

Tipos de sucessão empresarial

Considerando que cada empresa é única, não existe somente uma fórmula para essa transição. A passagem de bastão pode ocorrer de diversas formas, cada um com suas próprias características, desafios e implicações para o futuro do negócio. As mais utilizadas são:

  • Sucessão familiar: comum em empresas familiares, exige preparo emocional e capacitação das pessoas herdeiras.
  • Sucessão organizacional: ocorre quando há uma mudança planejada de cargos estratégicos, geralmente com o apoio do RH.
  • Sucessão por aquisição ou fusão: quando a empresa passa a ser comandada por outro grupo.
  • Sucessão judicial: pode ocorrer por falência, dissolução ou outros processos legais.

Em todas as formas de sucessão empresarial, ter um plano sucessório ajuda a reduzir os riscos e a garantir a estabilidade da organização no longo prazo. Por isso, plano de carreira e plano de sucessão costumam estar associados.

Ambos se complementam para garantir que as pessoas colaboradoras tenham oportunidades de crescimento, ao mesmo tempo, em que a empresa se prepara para possíveis mudanças internas.

Plano de sucessão nas empresas: como funciona?

O plano de sucessão nas empresas começa com um diagnóstico: quem são os(as) profissionais-chave? Quais competências comportamentais e técnicas são indispensáveis para cada função estratégica? A partir disso, é possível:

  1. Mapear os talentos internos com potencial de crescimento.
  2. Definir trilhas de desenvolvimento com treinamentos, mentorias e job rotations (estratégia na qual as pessoas colaboradoras passam por diferentes cargos e áreas da empresa para adquirir novas competências e uma visão holística do negócio).
  3. Avaliar o desempenho e o preparo ao longo do tempo.
  4. Criar uma linha do tempo sucessória, com cenários possíveis (aposentadoria, promoção, saída inesperada).
  5. Revisar e atualizar o plano regularmente com base nas mudanças da empresa e do mercado.

Esse tipo de gestão de sucessão é fundamental para manter a competitividade, especialmente em tempos de rápidas transformações.

O que diz a legislação trabalhista sobre o plano de sucessão?

A legislação trabalhista brasileira (CLT) não obriga as empresas a terem um plano de sucessão, pois ele é considerado uma ferramenta de gestão e governança, não uma exigência legal.

No entanto, o que se fala sobre sucessão de empresas na CLT é sobre a sucessão de empregadores(as). Esse princípio garante que, em caso de mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa, os contratos de trabalho e todos os direitos das pessoas colaboradoras sejam integralmente mantidos e assumidos pelos novos proprietários.

  • Art. 448 CLT: “A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.”

Ou seja, mesmo que a empresa passe por uma sucessão, seja por venda, fusão, incorporação ou mudança societária, os contratos de trabalho devem ser mantidos. Isso é o que se chama de sucessão trabalhista.

Portanto, ao planejar a sucessão, é preciso considerar não somente os aspectos organizacionais e de liderança, mas também os impactos legais e as responsabilidades com as pessoas colaboradoras.

Leia também: Tudo o que você precisa saber sobre CLT e leis trabalhistas

Benefícios de um plano de sucessão bem estruturado

Um modelo de plano de sucessão bem estruturado é muito mais do que uma simples lista de nomes para substituir líderes; é um pilar estratégico para a sustentabilidade e resiliência de qualquer negócio.

Ele não somente protege a organização contra a instabilidade, mas também garante vantagens para empresas e profissionais:

Para a empresa:

  • Reduz riscos de descontinuidade em cargos estratégicos.
  • Diminui custos com contratações externas.
  • Dissemina a cultura organizacional.
  • Aumenta o engajamento e a motivação do time.
  • Fortalece a marca empregadora.

Para as pessoas colaboradoras:

  • Cria oportunidades reais de crescimento.
  • Aumenta a segurança e o senso de pertencimento.
  • Conecta expectativas individuais com objetivos da empresa.
  • Promove o desenvolvimento contínuo de competências.

Como implementar um plano de sucessão, na prática?

Saber da importância de um plano de sucessão é o primeiro passo. No entanto, muitas empresas acabam falhando na execução. Isso porque essa estratégia vai além da teoria e exige um roteiro claro, com ações efetivas e o compromisso da liderança.

Confira a seguir, um passo a passo simplificado para ajudar sua empresa a começar:

  1. Identifique posições-chave: quais funções na empresa, se ficassem vagas de forma repentina, causariam um impacto direto nos resultados? Essas, são certamente funções essenciais para a organização.
  2. Mapeie talentos internos: use avaliações de desempenho, feedbacks e entrevistas para identificar talentos internos com potencial para crescer e assumir novas responsabilidades.
  3. Desenvolva essas pessoas: crie trilhas personalizadas com foco em competências técnicas (hard skills) e comportamentais (soft skills como liderança, adaptabilidade e comunicação).
  4. Dê visibilidade ao plano: comunique com transparência como funciona o processo e quais são os critérios. Isso estimula o engajamento e evita ruídos.
  5. Acompanhe, ajuste e celebre: mantenha o plano em constante atualização. Reavalie cenários, comemore promoções internas e mantenha o time alinhado aos objetivos da organização.
  6. Evite improvisos: a sucessão não pode depender de sorte ou improviso. Contar com um modelo de plano de sucessão documentado, adaptável e alinhado à estratégia da empresa é o que garante estabilidade e evolução mesmo diante de mudanças inevitáveis.

Sucessão bem feita é continuidade com inteligência!

Investir em um bom plano de sucessão de carreira é preparar a organização para o futuro com responsabilidade e visão de longo prazo. Mais do que preencher cargos, trata-se de desenvolver pessoas, manter a cultura viva e garantir que o legado da empresa permaneça.

E lembre-se: quanto mais bem estruturada for essa gestão, menos impacto negativo uma transição poderá causar.

Continue acompanhando o Blog da VR para conferir outros conteúdos sobre desenvolvimento profissional, liderança e estratégias de RH para impulsionar a sua empresa!

Leia também: Desenvolvimento de líderes — por que só promover não é suficiente?

Imagem de capa — Fonte: Freepik (2025)

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